Um homem aventureiro se perdeu na selva. Nas primeiras horas perdido, ele acreditou que conseguiria se achar. Nas horas seguintes, se preocupou em ter onde dormir. Nas horas finais se desesperou pela falta de comida e bebida.
Ele sabia caçar, mas os animais naquele dia estavam mais ligeiros. Ele conhecia frutas, mas estas não estavam por crescer. Sem nojo, procurou insetos. Não os achou nem como vermes no chão nem como formigas nas árvores.
Quando o homem já estava fraco demais para gritar, ou andar, ou se arrastar, deitou olhando para o céu e acreditou em sua morte.
Antes de quase morrer, jurou para sua alma que se houvesse uma próxima vida, ele jamais deixaria de ter comida. Nada seria tão importante quanto ter posse de comida e a partir da comida, seria capaz de todas as coisas.
Sua morte anunciada foi interrompida pela sombra de uma jovem índia. Ela era sábia de como a floresta era cruel. Ela conhecia o que era um homem fraco a beira da morte. Ela percebia a fome faminta. Ela sentia o cheiro da morte.
Essa índia era vigorosa. Carnuda, farta, alimentada. Aparentava estar satisfeita. Seus olhos viam o que o homem não era capaz. Esta era a sua casa. Ela via o homem como um pobre homem. Um ser desprotegido. Seus pensamentos não relutaram na possibilidade de alimentar o homem com leite que cabia em seu peito. Ela que já alimentara mais de um ser com suas tetas, sabia da vida que lhe abundava.
A índia tomou o homem pelo torso e apoiou contra sua coxa. Seu seio desnudo se aproximou da cabeça inconstante do aventureiro e como mãe direcionou seu mamilo para a boca seca e áspera daquele ser que precedia a decomposição.
O homem quase relutou, mas o leite daquela viril índia jorrava em sua garganta. Era tanto leite, que em sua própria confusão, ele chegou a pensar que era um jarro cheio e quente. Pensou estar em casa. Sorvera o exagero de vida que cabia no pequeno e firme peito daquela vigorosa pequena índia.
Suas forças ainda eram inválidas, mas sua consciência voltara. Com voz de quase morto perguntou, não quem era ela. E sim, como saia dali. A índia, materna, lhe explicou como quem ensina para uma criança pequena os caminhos da floresta. Ele não estava longe de sua casa. Talvez um, talvez dois dias de caminhada. Os dois calaram-se.
O aventureiro, a cada gole daquele leite viscoso sentia nutrir sua promessa. Jamais sentiria fome. A força de homem crescido foi se apoderando sobre suas as veias e músculos. Ele agora não aparentava mais ter uma forma frágil e podre de homem quase morto. A índia que por hora pareceu tão potente, tão ciente, foi-se perdendo a forma. Foi-se fragilizando, foi-se subtraindo.
Incapaz de dizer não ao homem que se mostrava ser um faminto voraz, a índia não negava a vida que cedia. O leite dela sempre abundaria. Ela era Jovem e fértil.
Pode-se dizer que este foi seu grande engano. Ela acreditava que leite, só, saciaria o faminto. Pois a juventude tende a subestimar os perigos daqueles que trazem a seu peito.
O homem, já forte novamente, se punha sobre o corpo da índia que agora se deixava sugar estirada no chão. Suas tetas agora flácidas estavam por secar. O homem, se portando como fera sobre sua presa, sentindo o findar o seu alimento não hesitou em abocanhar a teta da pequena índia assim que a última gota fora engolida.
Antes que a índia pudesse começar a gritar seu desespero, o homem tratou de calar seu grito com algumas mordidas certeiras no pescoço. A índia, já morta e ainda quente, fora devorada quase inteira. Os restos dela que interessavam ao homem foram guardados numa saca que a própria índia carregara.
O homem aventureiro seguiu o caminho indicado. Ao ver seu destino, se desfez dos restos da índia. Deixou-a como vida para os vermes da floresta.
uma estranha estoria mas, faz sentido em alguns pontos...valew Tiago, Cereja morena***
ResponderExcluir