segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mergulho

Nos delírios diários típicos do processo que precede o sono, na presença do escuro do olho e do clarão do pensamento, senti a vida passear pelo meu corpo inteiro.

No compasso do coração desacelerado e do silêncio típico de uma madrugada calma, deixei que as vontades e as saudades passeassem pela minha alma. Deixei soltos os sentimentos que me transbordam, tirei do pulmão as dores que me afogam. Respirei aliviado. Escorreram pelo meu sangue purezas e impurezas típicas de quem sonha. Filtrei desejos, apaguei anseios, suei beijos, esqueci não sei o que.

Enquanto perdia a consciência, fui levado para um pedaço de mim que morreu. Jazia ali uma visão bonita e serena, me via. Estava eu lá deitado, sem calma, sem alma, sem nada. Me via e entedia. Lá estava o corpo do eu que amava.

Acordei de luto.

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