Um pouco, só um pouco. Nada demais. Um cafuné? De uma mulher? Um abraço? De leve? De lado... Pode ser. Vale a pena. Cócegas com penas? Sim, vale toda a pena! Um riso meu por outro sorriso? Uma brincadeira sem compromisso, uma dança na sala de aula, um giro no passeio público, um banho de bottled water, cantar pela madrugada? É bom como dia quente e água gelada! Como eu queria só um pouco uma vizinha descolada! Para de vez em quando acompanhá-la, e quem sabe, ser acompanhado... Não que eu queira estar apaixonado, não é isso. Eu só quero alguém do lado. Pro domingo! Pro carinho! Pra mim, quando sozinho... Brincar de medir pés e mãos, tamanhos de braços, apostar corrida sem amarrar os cadarços, cair sem jeito na grama, na lama, na areia... Brincar de pular onda, levar caixote, receber um cheiro no cangote. Como seria bom receber um pouco de carinho! Andar na rua e receber um bom dia de um estranho, ser bem atendido no banco, ganhar um bolo de uma tia, cinco reais de uma avó, um abraço espontâneo de uma sobrinha... É tão difícil hoje em dia!
Um pouco é tão bastante! É tão de graça! Não dá trabalho... Um olhar às vezes basta. Uma risada de quem acha graça de uma coisa boba, uma coisa nada. Até é carinho aturar uma coisa chata e assumir que é chata, mas aguentá-la. Carinho de fazer pipoca, carinho. Dar um cigarro ou arrancá-lo. Sentar do lado. Um beijo roubado. Uma mensagem em um papel cortado bem pequenininho. Arrumar um fio de cabelo. Ficar fazendo hora o dia inteiro. Mostrar aquela música boa, estar junto por estar à toa, chorar aquela lágrima guardada, dar razões de estar amargurada. Dividir medos! Falar segredos, contar histórias, almoçar por meia hora. Receber só um pouco de carinho... Só um pouquinho. Só ser coberto por uma coberta extra em noite de frio. Só falar boa noite ou escutar boa noite. Não viver num vazio. Pois triste mesmo é viver sozinho.
É tão triste acordar sozinho, se ver sozinho, fazer café pra um, comer olhando para a parede ou para a televisão, não poder comentar o horror da televisão, nem reclamar da chuva. Ter que suportar o cotidiano nos próprios pensamentos. Ver a cama desarrumada e não ter quem reclamar dela assim. Sair com qualquer roupa sem ser censurado, almoçar um salgado, jantar comida de sábado passado. Não poder contar como foi o dia, ter que se ocupar esperando o próximo dia, inventar razões para alegria, sonhar em ter companhia... Escrever para esquecer que está só. Escrever para passar o tempo sem sentir dó de si. Eu só queria um pouco de carinho para esquecer um pouco do nada que é estar sozinho. Eu só queria um pouco de carinho.
Olá poeta!
ResponderExcluirSabe o que eu penso dessa situação? Acho que você deve de alguma forma ocupar sua mente. Essas coisas acontecem quando estamos ociosos, se é que você está assim. Aí, não tendo com o que se preocupar, vem um monte de pensamentos chatos e ruins, que ficam se repetindo e repetindo e repetindo. Isso passa, mas é preciso forçar uma barra...
Vá criar!
Ownnn! Serve companhia para ouvir beatles nos fins de tarde? hahahaah
ResponderExcluirKissus !
Ó, canceriano.
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